Venho ao longo do ano conhecendo pessoas egoístas ou me permitindo a elas. Não por fazer vista grossa e não ver que o mundo é assim. Isso não vem ao caso. Mas o fato é que tentador ser egoísta e querer que sua própria vontade e às vezes sua única vontade prevaleça sem considerar que o outro tenha necessidades. Isso não é um julgamento e se fosse me julgaria bobo - nunca vítima - ingênuo demais. O que querem de alguém que tem o que dizer ao mundo - e diz - é estarem por perto e consciente ou inconsciente, lhe sugarem o que possivel for. Isso queima como vela acesa. Assim como a vela, a chama acaba. O glamour é um mito e de perto fica apenas o trivial: roupa e louça pra lavar, problema na família, dificuldade financeira, dificuldade pra dormir... então essa é a hora de desistir daquilo que imaginou ser difícil o acesso. Hora de inventar um motivo, convencer numa desculpa que "as coisas não são tão simples como a gente pensa". As coisas são exatamente simples como se pensa, caso contrário não teria havido nenhuma iniciativa pra uma aproximação qualquer. Eis o exercício que faço e que não vejo ser correspondido: me colocar no lugar do outro e que isso me faça mudar de postura e atitude. Afinal eu quero crescer, ser feliz e não vestir o uniforme de covarde. Um uniforme vermelho, que é o pior, das pessoas que têm medo do amor como se fosse o pior dos trabalhos braçais... se colocasse a mente pra pensar ia ver que é uma atividade prazerosa que o único esforço é de sorrir de manhã cedo e querer ir ao cinema vez ou outra. Já faz muito tempo a adolescência mas dela ficou a minha capacidade de sonhar. Sonhar em não ser tantas vezes descartavél ou como uma faixa de música que é trocada por outra mais animada. Sei que o tempo cura mágoas mas as mágoas nos mantém firmes por um tempo pra que chegar em um novo estágio que não cabem mágoas e nem nada que não seja positivo. E não há outra alternativa e não há conselhos pra alguém que é viciado em amor, mesmo aquele que lhe fará meu tempo ser desperdiçado, afinal, o meu tempo é pra isso. Eu sempre ganho quando perco.
domingo, 14 de dezembro de 2014
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Ser rio
L.G.
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
O que precisar...
Meu nome não lhe diz nada. Meu nome não vai lhe dizer nada. Por que um nome não é um nada. E o meu nome não é nada. Eu não sou útil porque não achei utilidade em ser. Eu não ultrapasso porque não acometo sequer um erro que possa servir. Eu não aponto um caminho porque meus braços são curtos e os meus olhos são baixos. Nada que eu diga vai ecoar. Nada que eu não diga vai faltar. Nada vai permanecer realmente gravado pois já sou uma reprodução. Nada vai necessitar ser perpetuado pois eu apenas me afeto e não penso. Não há uma necessidade de me ouvir. Não há um lugar que eu tenha que estar. Não há uma palavra que eu ainda não disse. Meu nome é um nome que eu escolhi e nada me diz. Meu nome não vai dizer o que deveria dizer um nome. Eu não tenho essa vida que precisa ser vivida. A vida é esse rio. E eu ainda tô chegando lá. Contudo, sendo impreciso e não existindo em nada ainda, meu nome não pode lhe dizer nada e me abstenho da responsabilidade de me conduzir a isso. Pois já estou aqui. Sendo eu, ja sou. Isso é tanto porque o nada é tanto. O nada já é. E nada sou.
domingo, 27 de julho de 2014
Pista escorregadia
Para mim o tempo parou. Me dizem que sou bem precipitado. Pra alcançar essa confirmação é preciso escalar um dos picos mais altos do Estado. Eu nunca tive disposição pra subir. A paixão é minha pista escorregadia. De repente começa a baixar a temperatura, cai uma neve danada e toda estrada é puro gelo, mas minha velocidade é alta. Nem percebo a temperatura baixa. Também não percebo o sol. Eu só queria estar perto de você. Deixa que eu cuido dos lençóis. Deixa que eu cuido pra luz não te acordar mais cedo. E já que é cedo pra um padrão, aqui escrevo como território mais livre; meu canal de TV fechada sem audiência; minha festa particular sem convidados; conto histórias pra ninguém ouvir. Existem coisas que estão só entre nós. É como se eu também fosse gêmeo. Me encontro igual. A gente sabe o preço que têm cada coisa. Minha imaginação me leva a todos os lugares com você. Acontece um descontrole de criatividade. Se me perguntam onde indicaria uma fonte segura de inspiração, diria sem pestanejar, pra seguir rua tal, chegar em tal andar, abrir a porta e então procurar por você, onde é tudo que vejo de belo. Eu sigo com o olhar aquele balão com uma girafa dentro. Seu sorriso vai me guiar e fico aqui esperando a próxima seta. A próxima molécula que alimenta meu organismo. Não me deixo esvaziar. É que cabe tanta coisa dentro de mim que o espaço que é seu parece que sempre foi seu. Sempre seu. Cada dia a mais as paredes saem um pouco de lugar modificando a arquitetura, criando mais espaço esperando por nossa decoração. O meu lar, onde parece que sempre morei, é o lugar que você pôs as mãos, onde você cuidou. Sei que vou abrir os olhos e te ver. Sei que o tempo vai passar e me traduzir a vida como um poema onde diz que meu coração vai descansar do lado do seu. Se é poesia é pq você me faz poeta. Os bons sentimentos são por que você os desperta. E como ainda não cresci preciso ouvir sua voz e decorar os movimentos do seu corpo para novamente saber qual é o cheiro da paz.
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Aos que merecem perdão
Deve existir uma forma de perdoar àquele que não sabe se precaver. Deve existir uma forma de perdoar àquele que faz seu coração visível e deixa escaparem das mãos palavras de carinho. Deve haver outro caminho que não seja esse que vá de encontro ao mar. Um caminho que não seja feito de areia branca, rodeado de alguns verdes de folhas e pequenos arbustos, onde pode-se sentir um vento que traz maresia e antecipa a praia e dá idéia do azul. Deve existir uma forma de perdoar àquele que ao invés de esperar o sopro do vento lhe chamar, entra caminho à dentro sem investigar onde realmente vai dar. Deve existir um jeito de não olhar pra esse homem e pensar que ele poderia ter feito um pouco diferente. Existe nele um esboço de um sorriso, daqueles teimosos, que ficará por um bom tempo exercendo seu papel de sorriso e abrindo de uma vez por todas as janelas de sua alma. Será mesmo assim? O que esse homem pode esperar? Será que pela primeira vez vai vestir o elegante casaco do medo? Não pode ser. Mas então o que pode ser? Pra ele não há olhar pra trás. Pra esse homem existe um prazer em chegar na praia. Pra esse homem nunca houve um caminho tão bonito, tão verdadeiramente bonito. Será que ele pode pensar que enfim a sorte deu de cara com ele num momento de fuga, deixando órfão alguém que não soube aproveita-la? Deve existir perdão à ele por não saber a quantidade certa de gentilezas usadas no momento de uma simples conversa. Esse homem não sabe muito bem em que horas deve ser. Ele não planeja, como ator pesquisa seu personagem, quem será na hora certa que tem que ser. É impossível prever o amor. Não existem aparelhos climáticos com tecnologia suficiente para dar a posição correta em que o amor se encontra. Se se aproxima ou se afasta. Ou simplesmente se enconde. Desse jeito, esse homem entende que mesmo escrevendo na próxima página encontrá em breve, páginas escritas com tinta preta que não foram de sua autoria. Fechando os olhos respira fundo... respira mais uma vez e ouve aumentar o barulho do mar. O vento fica mais forte. O cheiro da brisa lhe invadem os pulmões. Ele sorri...abre os olhos e.
sexta-feira, 11 de julho de 2014
Não deve ser tarde
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Vivo
segunda-feira, 7 de julho de 2014
Para falar da minha última canção
Lidam com o delicado, com o sensível, com o escondido, o intocável e aí já está estabelecido o conflito; obviamente está cercada por muitos momentos de diversão, intensidade, prazer, magia, planos e a devolução de muita coisa importante que havia se perdido na vida de cada um.
Porém, quando chegam ao fim, são avalanches e algumas vezes sem o menor estrondo inicial que daria tempo de sair correndo e se salvar. Não tem como escapar e essa dor é esmagadora e deixa marcas, medo, mau-humor, inutilidade e uma intimidade maior com a própria cama.
Isso aqui não é pra relatar exatamente uma experiência pessoal e dizer o quanto foi difícil, mas sim, pra falar da última canção que compus "Eu acho que o que dói".
É uma letra curta que não quer tocar na questão do amor que magoa mas o quanto, por outro lado, também pode ser sofrido não viver o que viemos fazer no mundo: aprender a amar, encarando erros, enxergando marcas, seguindo em frente e se permitindo viver tudo de novo com um pouco mais de conhecimento.
Todo processo de revolta e rejeição a um novo relacionamento tem seu valor mas dar-se uma nova chance é abrir uma janela de frente pra o mar. É voltar a sorrir, acreditar na sorte e ficar esperando o próximo telefonema de quem ainda está conhecendo. Não estamos imunes. O amor vai sempre dar um jeito de chegar.
Com isso, acredito que sempre valerá a pena sentir a euforia de conhecer um universo novo sem certeza do futuro mas com a possibilidade imensa de emprestar o par de chinelos no dia seguinte.
O tempo não espera você se aprontar.
Agora você pode ouvir a canção sobre tudo isso que quis dizer:
quinta-feira, 3 de julho de 2014
Fazer estar bem
Me ocorreu hoje que posso estar tentando te fazer bem. Me ocorreu que se eu te deixo feliz, à maneira que suponho, encho o peito de um ar risonho. A intenção de tudo que faço é chegar ao bem estar, mas numa lista priorizo sua satisfação. É o topo da lista. É como me sinto bem. Um cobertor com cheiro de amaciante, aroma jasmin, numa noite de frio. À partir disso quero que saiba que não desejo ficar apenas comigo sob esse jarmin que mais parece um cobertor numa noite de frio. Posso empresta-lo. Eu não perco tempo escolhendo palavras eu encontro meu tempo de me fazer bem pois suponho que te fará feliz. Até agora estava deixando dentro de uma vasilha protegida com papel filme a palavra feliz. Para não haver a sensação que estou em um certo palanque tentando eleger a mim mesmo o melhor candidato pra um cargo de alta responsabilidade e tão cobiçado como ser feliz. E ser feliz é pra autodidatas. Ninguém se mete na felicidade alheia. Nesse caso que descrevo, autorizo suas sugestões que possam me beneficiar na escolha por ser feliz. Como algo são. Tá autorizado sua intervenção. Já existe uma conexão nossa para uma certa alegria. Falei alegria quando eu não queria. Alegria é cabo eleitoral de Seja feliz. Vêm puxando nas costas uma carroça, por falta de burros, carregada de promessas que ninguém mais quer comprar. Por isso estava evitando esse par embora seja a única e melhor aposta pra mim, pra você, pra nós dois. Nós dois também. Evitando citar. Embora mastigando todo dia, nós dois também precisa estar nessa linha. Precisamos entrar na linha. Na linha que nos põe frente à frente. Foi dado um cartão de transporte pra um bairro distante e com engarrafamento pra a insegurança. Hoje é dia de querer a jóia quase mais cara. Hoje é dia do cruzeiro à uma ilha que é cercada por festas por todos os lados. Hoje eu vim deixar que me escape dos dedos toda saúde contida em meu prazer de sugerir algum prazer à você. Permaneço no propósito. Minha permanência quer continuar criando cenários e trilhas pra desfazer a ilusão que o bem-estar já está reservado e teremos que esperar que desocupe uma vaga. Viro logo a mesa. Chamo o gerente. Falo baixinho mas com as palavras certas: deixe-nos poder provar o sabor. O amor está no cardápio, não está? Saimos de lá satisfeitos me dirijo até minha casa. O teto que cobre a paz de saber que faço planos sorrindo pra sorrindo te ver. Continuarei na linha reta na intenção de te encontrar. E indo em frente, todo bem-estar na mochila e uma praia boa pra seu descanso e a confiança que continuarei em formas novas de compor o seu tão esperado gostar. Assine a autorização e coloque em baixo da porta.
quarta-feira, 2 de julho de 2014
Sem pedaços
Amanhã e depois
terça-feira, 1 de julho de 2014
Tenho pra mim
Custo à acreditar que preciso me arrepender se o que menos sei é o que preciso. Sei que não preciso de desculpas. Sei que não preciso ser confundido com um panfleto de ótica oferecendo a visão em parcelas sem juros. Tenho noção de valores e sei que preço pagar. Então devo descartar o arrependimento de ser mais próximo do repente e tão distante da ópera. Um tão espontâneo e improvisado e o outro tão ensaiado e polido. Não entrego tudo de bandeja, o melhor eu vou borrifando aos poucos. É um engano achar que me revelo nos primeiros minutos do filme. Todo filme guarda surpresas. Outro dia pensei absurdos sobre como chamar sua atenção. Nada com fogos de artifício, nem cartazes na porta da sua casa ou uma descida estratégica de helicóptero em seu quintal. Absurdo em te mandar flores. Absurdo em converter um simples desejo em uma dúzia de flores. Então eu desisti da idéia da dúzia de flores e pensei em uma única flor. Como chegaria em sua casa? Quem a transportaria até você? Como não poderia ser eu mesmo, quem faria? Comigo, eu sei que não preciso me culpar do desejo de enviar uma única flor. Se não o fiz foi por falta de uma boa logística na hora da entrega. Essa entrega que não fiz, faço dentro da minha cabeça e dentro da minha cabeça a flor chegou à você. Foi tão simples que inclusive, num jeito que só a imaginação concede, eu lhe vi sorrir depois que o entregador foi embora, ao ver uma única flor. Havia um cartão com poucas palavras, pois uma única flor já diz o que ainda nem se sabe dizer e não havia assinatura. Até vi que guardaria com cuidado e ficaria decifrando o anonimato de como essa única flor lhe foi ofertada. Então esse momento seria tão empolgante pra mim quanto para você. A vida só tem que ser empolgante. A vida só tem que fazer efeito depois de engolida. Nenhuma história foi escrita sem o primeiro parágrafo. Eu não me faço difícil e nem sou fácil pois é complexo ser explícito. Tenho pra mim que não lhe esqueço pois quando te vejo percebo que estava o tempo inteiro naquele instante que acabou de acontecer. Tenho pra mim que será assim até quando a gente não quiser. Tenho pra mim que tenho você.
domingo, 29 de junho de 2014
Colher de chá
Fazia uma tarde inteira que não te esperava. Nada me iluminava. Ninguém me detia. Nunca houve sucesso na espera e muito menos na insistência. Aqui nessa mesma rua em que a gente vive eu não te reencontrei. Não houve continuação. O desejo só se torna aquilo que se quer pra sempre quando há um passo pra frente e você não deu. Toda vez que me lembro eu percebo que somos próximos além dos poucos passos que são necessários pra a gente se ver. Foi uma única tarde e uma única praia que ficou. Foi uma única tarde e uma única praia que não ficou. Naquele dia existiu algo suficiente pra transformar o dia seguinte em espera e eu nem sabia que estava distraído. Havia uma distração entre nós que nos permitia brincar de sermos quase um par mas você impediu. Não sei o que no pouco teve pra significar um tanto pra mim até agora mas é justamente por isso que escrevo. Ontem e em outro dia que lhe vejo deixam uma coisa incomodando como uma única mosca que pousa coreograficamente sobre um dos braços. O chato de ser como uma única mosca é querer se livrar de algo que insiste em voltar e ficar no mesmo ponto, no mesmo braço. O que faz ser diferente de uma única mosca é que apesar do incômodo de sempre voltar ao mesmo ponto, lhe ver traz algo de bom, um bom esquisito. Parece mergulhar uma colher de chá numa panela gigante, quase transbordando, de doce de leite e só ficar com a colher de chá. É esquisito porque mesmo não se acumulando de toda panela de doce de leite existe um bem-estar com a colher de chá. Existe uma certeza no gosto e uma certeza de sede, depois de uma única colher de chá. No fundo a gente entende tudo. No fundo eu sei como é toda essa construção. Pode não virar casa, pode não virar prédio e ainda assim vejo uma porta e abro uma janela pra uma grama verde numa terça-feira de folgas.
quarta-feira, 21 de maio de 2014
Chá com a paz
Eu sei que a paz, pra que eu a encontre, só depende de mim. Ela nem me espera. Ela conta que eu a ache. Onde quer que ela esteja.
Não sei como será esse dia, mas sei que por enquanto, não existem dias contentes.
Os dias são como a chaleira no fogo. Coloca-se água, começa a virar vapor, pode ser que se transforme em café, pode ser que vire chá, mas vai ser só mais uma outra coisa a ser tomada, ser digerida e mais nada. No dia seguinte a mesma chaleira, o mesmo vapor, o mesmo chá ou mesmo café serão digeridos com o mesmo gosto, o gosto de todos os dias.
A minha cabeça dá giros em torno da mesma estrela que ainda brilha mas que não pode ser tocada, não pode ser vista, ao contrário disso, devo esquece-la e só abrir os olhos quando estiver realmente longe, pois a luminosidade inevitavelmente cega e disnorteia, principalmente a mim que já não sei muito bem onde fica o norte das coisas.
Por enquanto acho tudo injusto e cruel. Como não perceber no seu jardim que as glórias das manhãs se abrem e permitem que insetos sobre pousem suas pétalas. Ou não perceber que há uma nova correspondência na caixa dos correios.
A mágoa é como uma mariposa que não sabe encontrar uma abertura pra sair e se debate diante do vidro, talvez por não conhecer janelas de vidro e insiste sem cansar ou pára de vez em quando pra descansar as asas que involuntariamente lutam por uma fuga e acaba por fazer barulho, por contrariar, por tornar as coisas mais difíceis. Quando se quer fugir, só se quer fugir, não importa pra onde, só importa do quê.
A paz certamente não está na chaleira, nem se debate diante do vidro e nem quebra a cabeça com estratégias de fuga ou de um esconderijo implacável. A paz deve andar de sorriso esculpido e roupas coloridas pois nem teve muita atenção em combinar as cores, queria logo chegar no mar e colocar os pés dentro da água, sentir o sol até que ele se ponha e a deixe disposta a sorrir e pensar: amanhã quero tudo isso de novo!
sexta-feira, 2 de maio de 2014
Dos dias sem fim (Luiz Gadelha) para ouvir
(Luiz Gadelha)
Não quero ficção
Prefiro ficar só
Coragem é pra quem tem
Senão...
Não quero aventura
Prefiro os pés no chão
Viagem só pra ir
Além...
Não deixo de amar
Mas tenho um novo olhar
capaz de ser mais vivo
Se fico por aqui
Desejo preservar
O que guardo como único
Eu sou
Mas eu comigo
Tô mais meu amigo
quinta-feira, 1 de maio de 2014
Nem tudo que reluz é resposta
Como seria se lhe procurassem
falando de amor sem rodeios, quase?
Rondando o passado que não
foi tão distante onde se viam à diante?
Como seria se a boca que não tens mais o gosto trouxesse à tona
um desejo quase louco de esquecer
o hiato e retomar o ditongo?
Como seria ouvir que há saudades das coisas mais sutis e das coisas mais consistentes como o abraço?
E se não lhe procurassem e lhe mandassem carta sem orgulho nas palavras só pra dizer que nada tem mais tanta graça?
Que tentar seguir em frente é o ideal até o dia que não seja total por que sentir ultrapassa?
Como seria se por um minuto se sentisse igual a quem te procura com sua imprudência em dizer o que sente e o que pensa?
Como seria estar só em um dia apenas com quem esteve tantos dias em plena alegria? Como seria?
Tantas perguntas são apenas inscrições.
Deixam que as dúvidas sumam por bondade ou por desprezo.
Fazem sentindo pra própria interrogação.
Fazem desacelerar o coração de quem pergunta.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
O amor é trilho
O amor não muda. O amor congela o tempo. O tempo passa rápido, passa voando mas o amor tem um poder de não se alterar com o passar do tempo. O amor é trilho de trem. É feito de ferro. É um destino pré definido. A opção é não fazer essa viagem. Não embarcar. E se embarcar vai ter que pular do vagão se quiser desistir do percurso. Nem tudo é pra sempre exceto o amor. Nem o trem dura tanto quanto o trilho e o amor é trilho. O amor abre os caminhos. Entra na mata, passa sobre o rio, chega na montanha, vai de país a país. Se quiser esquecer o amor vai ter que viajar de carro ou de avião. Avião não desencarrilha. Avião não cospe fumaça. O amor não se fere se o trem desencarrilha e também não pode ser culpado pelo acidente. O amor sempre vai estar ali servindo de estrada. Quem decide viajar de trem confiou nos trilhos. O maquinista é apenas uma boa companhia.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
"Supérflua" - Segundo CD de Luiz Gadelha - Download

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Foto: Pedro Andrade |
