Para mim o tempo parou. Me dizem que sou bem precipitado. Pra alcançar essa confirmação é preciso escalar um dos picos mais altos do Estado. Eu nunca tive disposição pra subir. A paixão é minha pista escorregadia. De repente começa a baixar a temperatura, cai uma neve danada e toda estrada é puro gelo, mas minha velocidade é alta. Nem percebo a temperatura baixa. Também não percebo o sol. Eu só queria estar perto de você. Deixa que eu cuido dos lençóis. Deixa que eu cuido pra luz não te acordar mais cedo. E já que é cedo pra um padrão, aqui escrevo como território mais livre; meu canal de TV fechada sem audiência; minha festa particular sem convidados; conto histórias pra ninguém ouvir. Existem coisas que estão só entre nós. É como se eu também fosse gêmeo. Me encontro igual. A gente sabe o preço que têm cada coisa. Minha imaginação me leva a todos os lugares com você. Acontece um descontrole de criatividade. Se me perguntam onde indicaria uma fonte segura de inspiração, diria sem pestanejar, pra seguir rua tal, chegar em tal andar, abrir a porta e então procurar por você, onde é tudo que vejo de belo. Eu sigo com o olhar aquele balão com uma girafa dentro. Seu sorriso vai me guiar e fico aqui esperando a próxima seta. A próxima molécula que alimenta meu organismo. Não me deixo esvaziar. É que cabe tanta coisa dentro de mim que o espaço que é seu parece que sempre foi seu. Sempre seu. Cada dia a mais as paredes saem um pouco de lugar modificando a arquitetura, criando mais espaço esperando por nossa decoração. O meu lar, onde parece que sempre morei, é o lugar que você pôs as mãos, onde você cuidou. Sei que vou abrir os olhos e te ver. Sei que o tempo vai passar e me traduzir a vida como um poema onde diz que meu coração vai descansar do lado do seu. Se é poesia é pq você me faz poeta. Os bons sentimentos são por que você os desperta. E como ainda não cresci preciso ouvir sua voz e decorar os movimentos do seu corpo para novamente saber qual é o cheiro da paz.
domingo, 27 de julho de 2014
quarta-feira, 16 de julho de 2014
Aos que merecem perdão
Deve existir uma forma de perdoar àquele que não sabe se precaver. Deve existir uma forma de perdoar àquele que faz seu coração visível e deixa escaparem das mãos palavras de carinho. Deve haver outro caminho que não seja esse que vá de encontro ao mar. Um caminho que não seja feito de areia branca, rodeado de alguns verdes de folhas e pequenos arbustos, onde pode-se sentir um vento que traz maresia e antecipa a praia e dá idéia do azul. Deve existir uma forma de perdoar àquele que ao invés de esperar o sopro do vento lhe chamar, entra caminho à dentro sem investigar onde realmente vai dar. Deve existir um jeito de não olhar pra esse homem e pensar que ele poderia ter feito um pouco diferente. Existe nele um esboço de um sorriso, daqueles teimosos, que ficará por um bom tempo exercendo seu papel de sorriso e abrindo de uma vez por todas as janelas de sua alma. Será mesmo assim? O que esse homem pode esperar? Será que pela primeira vez vai vestir o elegante casaco do medo? Não pode ser. Mas então o que pode ser? Pra ele não há olhar pra trás. Pra esse homem existe um prazer em chegar na praia. Pra esse homem nunca houve um caminho tão bonito, tão verdadeiramente bonito. Será que ele pode pensar que enfim a sorte deu de cara com ele num momento de fuga, deixando órfão alguém que não soube aproveita-la? Deve existir perdão à ele por não saber a quantidade certa de gentilezas usadas no momento de uma simples conversa. Esse homem não sabe muito bem em que horas deve ser. Ele não planeja, como ator pesquisa seu personagem, quem será na hora certa que tem que ser. É impossível prever o amor. Não existem aparelhos climáticos com tecnologia suficiente para dar a posição correta em que o amor se encontra. Se se aproxima ou se afasta. Ou simplesmente se enconde. Desse jeito, esse homem entende que mesmo escrevendo na próxima página encontrá em breve, páginas escritas com tinta preta que não foram de sua autoria. Fechando os olhos respira fundo... respira mais uma vez e ouve aumentar o barulho do mar. O vento fica mais forte. O cheiro da brisa lhe invadem os pulmões. Ele sorri...abre os olhos e.
sexta-feira, 11 de julho de 2014
Não deve ser tarde
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Vivo
segunda-feira, 7 de julho de 2014
Para falar da minha última canção
Lidam com o delicado, com o sensível, com o escondido, o intocável e aí já está estabelecido o conflito; obviamente está cercada por muitos momentos de diversão, intensidade, prazer, magia, planos e a devolução de muita coisa importante que havia se perdido na vida de cada um.
Porém, quando chegam ao fim, são avalanches e algumas vezes sem o menor estrondo inicial que daria tempo de sair correndo e se salvar. Não tem como escapar e essa dor é esmagadora e deixa marcas, medo, mau-humor, inutilidade e uma intimidade maior com a própria cama.
Isso aqui não é pra relatar exatamente uma experiência pessoal e dizer o quanto foi difícil, mas sim, pra falar da última canção que compus "Eu acho que o que dói".
É uma letra curta que não quer tocar na questão do amor que magoa mas o quanto, por outro lado, também pode ser sofrido não viver o que viemos fazer no mundo: aprender a amar, encarando erros, enxergando marcas, seguindo em frente e se permitindo viver tudo de novo com um pouco mais de conhecimento.
Todo processo de revolta e rejeição a um novo relacionamento tem seu valor mas dar-se uma nova chance é abrir uma janela de frente pra o mar. É voltar a sorrir, acreditar na sorte e ficar esperando o próximo telefonema de quem ainda está conhecendo. Não estamos imunes. O amor vai sempre dar um jeito de chegar.
Com isso, acredito que sempre valerá a pena sentir a euforia de conhecer um universo novo sem certeza do futuro mas com a possibilidade imensa de emprestar o par de chinelos no dia seguinte.
O tempo não espera você se aprontar.
Agora você pode ouvir a canção sobre tudo isso que quis dizer:
quinta-feira, 3 de julho de 2014
Fazer estar bem
Me ocorreu hoje que posso estar tentando te fazer bem. Me ocorreu que se eu te deixo feliz, à maneira que suponho, encho o peito de um ar risonho. A intenção de tudo que faço é chegar ao bem estar, mas numa lista priorizo sua satisfação. É o topo da lista. É como me sinto bem. Um cobertor com cheiro de amaciante, aroma jasmin, numa noite de frio. À partir disso quero que saiba que não desejo ficar apenas comigo sob esse jarmin que mais parece um cobertor numa noite de frio. Posso empresta-lo. Eu não perco tempo escolhendo palavras eu encontro meu tempo de me fazer bem pois suponho que te fará feliz. Até agora estava deixando dentro de uma vasilha protegida com papel filme a palavra feliz. Para não haver a sensação que estou em um certo palanque tentando eleger a mim mesmo o melhor candidato pra um cargo de alta responsabilidade e tão cobiçado como ser feliz. E ser feliz é pra autodidatas. Ninguém se mete na felicidade alheia. Nesse caso que descrevo, autorizo suas sugestões que possam me beneficiar na escolha por ser feliz. Como algo são. Tá autorizado sua intervenção. Já existe uma conexão nossa para uma certa alegria. Falei alegria quando eu não queria. Alegria é cabo eleitoral de Seja feliz. Vêm puxando nas costas uma carroça, por falta de burros, carregada de promessas que ninguém mais quer comprar. Por isso estava evitando esse par embora seja a única e melhor aposta pra mim, pra você, pra nós dois. Nós dois também. Evitando citar. Embora mastigando todo dia, nós dois também precisa estar nessa linha. Precisamos entrar na linha. Na linha que nos põe frente à frente. Foi dado um cartão de transporte pra um bairro distante e com engarrafamento pra a insegurança. Hoje é dia de querer a jóia quase mais cara. Hoje é dia do cruzeiro à uma ilha que é cercada por festas por todos os lados. Hoje eu vim deixar que me escape dos dedos toda saúde contida em meu prazer de sugerir algum prazer à você. Permaneço no propósito. Minha permanência quer continuar criando cenários e trilhas pra desfazer a ilusão que o bem-estar já está reservado e teremos que esperar que desocupe uma vaga. Viro logo a mesa. Chamo o gerente. Falo baixinho mas com as palavras certas: deixe-nos poder provar o sabor. O amor está no cardápio, não está? Saimos de lá satisfeitos me dirijo até minha casa. O teto que cobre a paz de saber que faço planos sorrindo pra sorrindo te ver. Continuarei na linha reta na intenção de te encontrar. E indo em frente, todo bem-estar na mochila e uma praia boa pra seu descanso e a confiança que continuarei em formas novas de compor o seu tão esperado gostar. Assine a autorização e coloque em baixo da porta.
quarta-feira, 2 de julho de 2014
Sem pedaços
Amanhã e depois
terça-feira, 1 de julho de 2014
Tenho pra mim
Custo à acreditar que preciso me arrepender se o que menos sei é o que preciso. Sei que não preciso de desculpas. Sei que não preciso ser confundido com um panfleto de ótica oferecendo a visão em parcelas sem juros. Tenho noção de valores e sei que preço pagar. Então devo descartar o arrependimento de ser mais próximo do repente e tão distante da ópera. Um tão espontâneo e improvisado e o outro tão ensaiado e polido. Não entrego tudo de bandeja, o melhor eu vou borrifando aos poucos. É um engano achar que me revelo nos primeiros minutos do filme. Todo filme guarda surpresas. Outro dia pensei absurdos sobre como chamar sua atenção. Nada com fogos de artifício, nem cartazes na porta da sua casa ou uma descida estratégica de helicóptero em seu quintal. Absurdo em te mandar flores. Absurdo em converter um simples desejo em uma dúzia de flores. Então eu desisti da idéia da dúzia de flores e pensei em uma única flor. Como chegaria em sua casa? Quem a transportaria até você? Como não poderia ser eu mesmo, quem faria? Comigo, eu sei que não preciso me culpar do desejo de enviar uma única flor. Se não o fiz foi por falta de uma boa logística na hora da entrega. Essa entrega que não fiz, faço dentro da minha cabeça e dentro da minha cabeça a flor chegou à você. Foi tão simples que inclusive, num jeito que só a imaginação concede, eu lhe vi sorrir depois que o entregador foi embora, ao ver uma única flor. Havia um cartão com poucas palavras, pois uma única flor já diz o que ainda nem se sabe dizer e não havia assinatura. Até vi que guardaria com cuidado e ficaria decifrando o anonimato de como essa única flor lhe foi ofertada. Então esse momento seria tão empolgante pra mim quanto para você. A vida só tem que ser empolgante. A vida só tem que fazer efeito depois de engolida. Nenhuma história foi escrita sem o primeiro parágrafo. Eu não me faço difícil e nem sou fácil pois é complexo ser explícito. Tenho pra mim que não lhe esqueço pois quando te vejo percebo que estava o tempo inteiro naquele instante que acabou de acontecer. Tenho pra mim que será assim até quando a gente não quiser. Tenho pra mim que tenho você.