Dia 22 de janeiro foi ao ar para uma audição exclusiva, meu segundo CD "Supérflua" no site Tenho Mais Discos Que Amigos.
O disco foi muito bem aceito pelas pessoas. O pessoal do Tenho Mais Discos Que Amigos receberam muito bem a minha proposta de lançar esse disco no site deles e agradeço muito toda confiança e todo profissionalismo.
A idéia era essa: colocar o disco apenas pra uma primeira audição no Tenho Mais Discos Que Amigos, divulgando amplamente o "Supérflua" e criar interesse pra quem gostou do resultado buscar o download uma semana depois aqui no meu blog.
Agora todos podem ter as faixas do "Supérflua".
Indico que sigam o Tenho Mais Discos Que Amigos no Facebook e fiquem por dentro de todas as notícias sobre música do mundo, o dia inteiro e acesse também o site.
"Supérflua" - Luiz Gadelha (2014)
Download gratuito
AQUI
(Completo)
“Supérflua” – Segundo CD de Luiz Gadelha (2014)
por Luiz Gadelha
Fazer um disco em casa parece uma tendência de uns tempos
pra cá, com a facilidade que os músicos começaram a ter de montar, com alguns
equipamentos, seu próprio estúdio de gravação.
Fazer um disco em casa usando
apenas um notebook sem estúdio e sequer um microfone...é loucura! Foi essa
loucura meu primeiro impulso, uma vontade de me desafiar e me ver diante de um
desconforto e de um risco.
Usando apenas um programa de samplers (trechos de sons) de
instrumentos, comecei a organizar um repertório e a compor para essa
experimentação. Não sou um leigo em gravação e produção musical, mas não sou
técnico e não tenho conhecimentos para desenvolver um disco sozinho com
arranjos que saem de dentro de um programa de computador.
Era isso que eu
queria. Não saber e fazer não sabendo. Portanto, me joguei na escuridão e fui
escavacando essa ideia. O desafio maior era gravar a voz, pois meu grande
equipamento comportava apenas um microfone interno do notebook... aqueles que a
gente usa pra falar na web cam. E muitos foram os testes. Soltei dois singles
na internet ainda em caráter de experimentação.
A idéia de ser um disco foi ficando mais forte e, em volta
dela, o desejo pretensioso de lançar algo que rompesse com os padrões de
gravação de disco que existem, até mesmo os discos gravados em estúdio
caseiros. Os músicos gravam seus instrumentos e o vocalista põe sua voz logo
depois e tudo vai pra uma mixagem pra deixar bem encaixadinho, seguido de uma
masterização que faz todo o trabalho ficar poderoso, gordo, forte! É como o
reboco e pintura da casa depois de construída.
Não é uma crítica aos estúdios,
aos produtores musicais, aos discos e ao músicos. É uma vontade de
experimentar, ver como seria recebido e, quem sabe, até sentir que eu estaria
produzindo alguma arte (dentro do meu conceito que arte é aquilo que rompe com
algo ou alguma coisa que é padrão, que é linear).
Me veio agora um poema do poeta e letrista Antônio Cícero,
que Marina Lima recitou em seu disco “O Chamado” (1993): “Não quero só ficar
bem na foto, quero dizer a que vim. Mesmo que isso me custe revelar coisas que
não gosto em mim (...)”.
Não estou na contra mão. Neste disco contém sons,
vozes, é mixado e masterizado... mas por mim, que me cerquei apenas de intuição
para realizar todas essas atividades.
Em algum momento contei com alguns direcionamentos do músico
Henrique Geladeira, técnico de gravação. As composições foram chegando aos
poucos, de acordo com os acontecimentos em minha volta.
As letras se encontram
num único vértice: o amor! A falta ou a presença dele. O romântico e o
fraternal. O que critica e também suavisa. O que questiona, mas também aceita.
O que sonha, mas também realiza. Resgatei uma canção antiga e inédita em
parceria com Simona Talma, “Cidade sem inverno”, e inauguro uma nova parceria
com Thais Mendes em “Capitão”.
“Supérflua”é a canção que abre o disco e compus para esse
fim. Ela é a voz da música. É a personificação da música questionando sobre si
mesma e o seu papel no mundo. “O que devem fazer por aí comigo e em meu nome?”
- questiona.
Ela simplesmente quer ser útil e quer ser lúdica. Os arranjos
foram pensados para os recursos que eu tinha, pensando no eletrônico, no
acústico desse eletrônico e no econômico, no simples.
Me inspirei em alguns discos de Marina Lima feitos dessa
mesma forma, incluindo a construção de sua composição. Outro elemento que me
inspirou foi o funk carioca. Não exatamente o estilo, mas a cultura da produção
desse som que sai de uma batida, com pouco elemento harmônico (que fazem
acordes) e uma voz mandando o recado, que é o mais importante.
Algumas vezes, durante o processo, percebi que o que
resultava dessa experimentação se aproximava muito do karaokê. Gostei dessa
proximidade. São músicas de sucesso numa caixa que qualquer pessoa pode cantar,
se divertir, soltar a voz sem nenhum julgamento... Só colocar uma ficha. E
quase chegando ao fim dessa jornada, completado arranjos e repertório, peço a
Simona Talma pra me ajudar a organizar a ordem da músicas dentro do CD, pra que
ideia fique redonda dentro dos temas e tudo seja dito de forma coerente. Claro
que ela realizou de bom grado, ouvindo música por música, mas fez uma
observação quanto à voz do disco.
O processo não havia me ajudado a deixar o canto de uma forma
tão legal, precisando rever essa questão. Foi então que fiz o caminho de volta,
embora preocupado com o conceito de propor uma experiência toda feita em casa.
Mas, concordando com os pontos de Simona, busquei Toni Gregório, que conhece
bastante de música e tem um estúdio em casa para podermos recolocar todas as
vozes. Toni topou na hora e foi importantíssimo, embarcando com seu ouvido
primoroso e sua mente aberta pra música, deixando essa nova voz bem mais pronta
e sem fugir do conceito do disco.
Foto: Pedro Andrade |
“Supérflua” é um projeto de um músico só, mas que precisou
de parceiros essenciais pra que nascesse: O site “Tenho Mais Discos Que
Amigos”, que topou às cegas lançar a audição em primeira mão do disco; Simona
Talma, que contribui em composição e em sensibilidade para reconhecer o que
poderia melhorar; Thais Mendes, com seu incentivo e com seu “Capitão” trazendo
ludicidade pra esse mar; Pedro Andrade, com seu clique nas fotos de divulgação
e deixando o conceito bem mais formatado; Henrique Geladeira e Toni Gregório
pela competência técnica e musical.
Fecho tudo isso com uma capa
que produzi inspirada no último filme que vi no cinema, o brasileiro “Tatuagem”. O longa que conseguiu
quebrar padrões em aspectos artísticos e provocar o espectador nos tempos de
hoje, quando tudo parece ter sido visitado e questionado, deixou interrogações
em mim. Quando a arte se torna algo imprescindível? Supérflua ou indispensável?
A arte é algo lindo e você a faz perfeitamente.
ResponderExcluirParabéns, amigo!!!
ResponderExcluirObrigado gente =)
ResponderExcluir