sábado, 9 de fevereiro de 2013

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Um coração de manteiga

A gente precisa de um sopro de humanidade. A gente tá muito assustado e estamos colocando culpa no outro.
A gente atira e corre. Nos prendem e depois nos soltam.
A gente acha que há impunidade mas se recusa a aceitar os defeitos do amigo; acha um abraço um perigo; a gente se sente ofendido com o menor deselogio; a gente se cerca de proteção e nos desprendemos do amor.
Amar aquele amigo engraçado, que nos apoia na dor e compartilha a alegria não exige esforço, não nos ponhe à prova da nossa humanidade. Reforçar a segurança em torno daqueles que são nossos entes, afim de não perde-los de vista e não perder-los pra morte é uma providência que nos redoma e assim a gente vai colocando uma pintada a mais de caos.
Por que deveríamos sentir a dor do que precisa causar dor. Por que pouco é muito se somos milhares e no entanto só queremos garantir o nosso.
Matar esse leão que nos desafia ou doma-lo?
Esperar o fim de semana pra conseguir sorrir, sem ser esperto pra notar que o domingo já não é tão alegre pois precede a segunda, recomeço da luta atrás do que a gente nem lembra mais.
O mundo ta perdido, a gente diz. O mundo é o mesmo e a gente só mudou de carta pra email.
A culpa é do sistema, a gente também diz, mas culpar já é um sistema tão falido quanto mentir.
E a mentira é doce e a gente aprende que é mentindo que se vence. Perdemos identidade pois o esperto quer servir de exemplo pois a mente sempre alerta supera um coração de manteiga.
Então comemos esse pão diariamente até o dia que nosso amor seja puro e simplesmente refaça nosso olhar pras coisas que sempre existiram mas foram deformadas por nossa força de vontade em vencer custe o que custar.
Vejamos o tempo que gastamos sem se apaixonar pelas coisas simples e sem doar o melhor que temos: o coração.