sexta-feira, 29 de agosto de 2014

O que precisar...

Meu nome não lhe diz nada. Meu nome não vai lhe dizer nada. Por que um nome não é um nada. E o meu nome não é nada. Eu não sou útil porque não achei utilidade em ser. Eu não ultrapasso porque não acometo sequer um erro que possa servir. Eu não aponto um caminho porque meus braços são curtos e os meus olhos são baixos. Nada que eu diga vai ecoar. Nada que eu não diga vai faltar. Nada vai permanecer realmente gravado pois já sou uma reprodução. Nada vai necessitar ser perpetuado pois eu apenas me afeto e não penso. Não há uma necessidade de me ouvir. Não há um lugar que eu tenha que estar. Não há uma palavra que eu ainda não disse. Meu nome é um nome que eu escolhi e nada me diz. Meu nome não vai dizer o que deveria dizer um nome. Eu não tenho essa vida que precisa ser vivida. A vida é esse rio. E eu ainda tô chegando lá. Contudo, sendo impreciso e não existindo em nada ainda, meu nome não pode lhe dizer nada e me abstenho da responsabilidade de me conduzir a isso. Pois já estou aqui. Sendo eu, ja sou. Isso é tanto porque o nada é tanto. O nada já é. E nada sou.

2 comentários:

  1. moço, não deixe de postar aqui.
    passei a tarde lendo suas postagens. q coisa mais linda. é de uma sutileza que deixa marcas. tão boas quanto as suas palavras. elas me enchem. e eu deixo.

    acho q todo mundo precisa se encher de algo.. sabe, deixar que a represa transborde. as pessoas hoje em dias são tão rasas, e nem se dão conta disso.. tudo nos tira a atenção nesses dias de invenções tecnológicas. celular novo. roupa da moda. conta pra pagar. a criança q não pára de chorar. o marido q chega tarde do trabalho. a novela reprisada. o capitulo final. o brother que ganhou o bbb (num sei das quantas). o trabalho. trabalho. trabalho. trabalho... e assim a vida segue. sem freios. sem os olhares que se olham. sem o tato (tão esquecido). sem a palavra que fica durante horas, ecoado nos pensamentos e te faz escrever um comentário no blog de um desconhecido q talvez nunca te encontre na rua. nem te olhe. nem te abrace. nem te diga um simples 'olá, tudo bem?'... sem o encontro. que tanto me faz falta.

    a vontade de te escrever foi bem maior q o desejo de devorar o pedaço de torta de chocolate q está lá na geladeira.. precisava agradecer pela companhia q me fez essa tarde. há muito tempo não parava assim, pra prosear com alguém tão sensível e intenso, como vc... gracias gracias gracias

    espero voltar aqui, e te encontrar novamente nas palavras. boa noite.

    a torta me espera!

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    1. Oi Anônimo
      Que delicia ler seu comentário. Adorei esse encontro. Esse espaço pra mim é bem livre. Aqui desaguou uma palavras quando elas tão na beira do copo. Às vezes com muita frequência e as vezes demoro a escrever. Legal que vc tenha caído aqui. É meu primeiro encontro aqui pelo blog. Seja bem vindo e muito obrigado pela sensibilidade. Agora estou empolgado com pequenos poemas que publico no meu Instagram: @luiz_gadelha. Se puder passa lá. Estou organizando tudo num caderno. Pretendo escanear e colocar aqui no blog. Abraços e fiquei doido por essa torta. É chocolate branco? Oo

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