Deve existir uma forma de perdoar àquele que não sabe se precaver. Deve existir uma forma de perdoar àquele que faz seu coração visível e deixa escaparem das mãos palavras de carinho. Deve haver outro caminho que não seja esse que vá de encontro ao mar. Um caminho que não seja feito de areia branca, rodeado de alguns verdes de folhas e pequenos arbustos, onde pode-se sentir um vento que traz maresia e antecipa a praia e dá idéia do azul. Deve existir uma forma de perdoar àquele que ao invés de esperar o sopro do vento lhe chamar, entra caminho à dentro sem investigar onde realmente vai dar. Deve existir um jeito de não olhar pra esse homem e pensar que ele poderia ter feito um pouco diferente. Existe nele um esboço de um sorriso, daqueles teimosos, que ficará por um bom tempo exercendo seu papel de sorriso e abrindo de uma vez por todas as janelas de sua alma. Será mesmo assim? O que esse homem pode esperar? Será que pela primeira vez vai vestir o elegante casaco do medo? Não pode ser. Mas então o que pode ser? Pra ele não há olhar pra trás. Pra esse homem existe um prazer em chegar na praia. Pra esse homem nunca houve um caminho tão bonito, tão verdadeiramente bonito. Será que ele pode pensar que enfim a sorte deu de cara com ele num momento de fuga, deixando órfão alguém que não soube aproveita-la? Deve existir perdão à ele por não saber a quantidade certa de gentilezas usadas no momento de uma simples conversa. Esse homem não sabe muito bem em que horas deve ser. Ele não planeja, como ator pesquisa seu personagem, quem será na hora certa que tem que ser. É impossível prever o amor. Não existem aparelhos climáticos com tecnologia suficiente para dar a posição correta em que o amor se encontra. Se se aproxima ou se afasta. Ou simplesmente se enconde. Desse jeito, esse homem entende que mesmo escrevendo na próxima página encontrá em breve, páginas escritas com tinta preta que não foram de sua autoria. Fechando os olhos respira fundo... respira mais uma vez e ouve aumentar o barulho do mar. O vento fica mais forte. O cheiro da brisa lhe invadem os pulmões. Ele sorri...abre os olhos e.
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